A sociedade do séc. XIX apresentava grandes contrastes, isto é, por um lado, a burguesia capitalista que vivia rodeada de luxo gozando, em geral, de uma vida confortável, por outro, a classe operária, geralmente pobre e a viver na miséria. Alguns intelectuais do séc. XIX, atentos às injustiças sociais, criticaram este sistema propondo um conjunto de medidas políticas para reformar os sistemas económico e social. Pretendiam tornar mais justo o sistema económico. Assim, nasceram as ideias e doutrinas socialistas. Numa primeira fase, as propostas socialistas surgiram de pensadores ingleses (Robert Owen) e franceses (Saint- Simon, Proudhon, Fourier). Estes criaram o socialismo utópico, cujas ideias foram consideradas ingénuas e idealistas, impossíveis de realizar. Em meados do séc. XIX, os filósofos alemães Karl Marx e o seu amigo Friedrich Engels fundaram o socialismo científico. As suas obras Manifesto do Partido Comunista (1848) e O Capital (1867) defendiam que o fim da exploração dos trabalhadores só era possível através de uma revolução em que os trabalhadores tomavam o poder e instauravam uma ditadura do proletariado. Defendiam a colectivização dos meios de produção, substituindo o capitalismo pelo socialismo, o qual deveria depois evoluir para o comunismo, ou seja, para uma sociedade sem classes. O marxismo ganhou força e, no séc. XX, inspirou a revolução soviética, chinesa, cubana e outras. No séc. XIX, surgiram outras ideologias, como o anarquismo, defendido pelo francês Proudhon e pelo russo Bakunine. Estes defendiam a anarquia, ou seja, o fim do Estado e de todas as formas de autoridade. Mas o socialismo viria a seguir uma corrente menos radical, que defendia a mudança através de reformas graduais, o socialismo reformista. Defendia a ideia de que o poder devia ser atingido através do voto do povo. Este teve por principais defensores os alemães Kautsky (1854-1938) e Edward Bernstein (1850-1923) e o francês Jean Jaurès (1859-1914). Esta corrente reformista ainda hoje permanece.
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